Estatistica Descritiva
No setor florestal, bem como em outras áreas de conhecimento, é comum analisar um número grande de dados. Assim, por meio da estatística descritiva, que tem por objetivo descrever, resumir e sintetizar os dados, é possível inferir sobre eles, isto é descrever suas tendências, calcular a sua dispersão, verificar a amplitude dos valores, entre outras características.
Além do cálculo das medidas de posição e de dispersão, considerando a distribuição estatística correta das variáveis, é comum na análise descritiva elaborar gráficos de dispersão, bem como agrupar os dados e elaborar tabelas de frequência e gráficos de distribuição.
1. Medidas de posição e dispersão
Entre as estatísticas mais utilizadas para descrever os dados sob condição de normalidade, tem-se a média aritmética, a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação, calculados pelos seguintes estimadores:
* Média:
* Variância:
* Desvio padrão:
* Coeficiente de variação:
As estimativas da média e da variabilidade em torno da média, em termos absoluto (S2 e S), dependem da grandeza da medida. Por exemplo, sejam dados de duas amostra referentes às variáveis aleatórias X1 e X2, que possuem distribuição normal:
X1 = 2, 5, 7, 9, 14
X2 = 25, 35, 41, 48, 51
Assim, as estimativas da média, variância e desvio padrão para a variável aleatória X1 serão menores do que as estimativas para X2, uma vez que os valores amostrais são menores:
No entanto, em termos percentuais (coeficiente de variação), observa-se que a estimativa para a variável X1 é maior:
Desta forma, se for necessário comparar a variabilidade de variáveis com escalas diferentes, torna-se necessário calcular as estimativas de coeficiente de variação para uma melhor tomada de decisão.
2. Tabela de frequência e gráfico de distribuição
Nos procedimentos de inventário florestal em florestas naturais é comum, por exemplo, elaborar uma tabela de frequência do número de indivíduos amostrados em cada espécie e o percentual de contribuição em relação ao total de indivíduos amostrados ou representar o conteúdo da tabela em um gráfico de distribuição, como se segue:
Outro exemplo muito utilizado na mensuração e manejo florestal é a elaboração de tabela de frequência e gráfico de barras agrupando os diâmetros ou as alturas das árvores para conhecer a distribuição destas variáveis:
Neste exemplo, se o manejador da floresta quisesse calcular a média das alturas das árvores, o estimador correto seria:
E a estimativa média das alturas das árvores neste caso, seria:
Cabe destacar que as estimativas das estatísticas com os dados agrupados podem ser diferente da estimativa com os dados individuais, dependendo da amplitude da classe e da distribuição dos dados dentro da classe.
3. Gráfico de dispersão
No processo de modelagem de determinados fenômenos no setor florestal é comum elaborar gráficos de dispersão das variáveis dependentes, isto é, aquelas que se deseja estimar, em função das variáveis independentes (ou preditoras), a fim de identificar tendências e estabelecer as relações funcionais (modelos estatisticos) apropriados à distribuição dos dados.
Como exemplo, seja a dispersão dos dados de volume em relação aos diâmetros das árvores, no qual observa-se a seguinte tendência de dispersão:
Conhecida esta tendência dos dados, pode-se inferir sobre o modelo estatístico mais apropriado para explicar a variação dos volumes em relação aos diâmetros das árvores. Neste exemplo, esta relação entre os volumes e os diâmetros podem ser expressos pela relação alométrica, definida por:
Exercicio resolvido:
Seja uma parcela de 500 m2 de área (50x10m), onde foram medidos os diâmetros de todas as árvores com diâmetros a 1,30 metros do solo (dap), os quais foram classificados em classes de 2,5cm de amplitude, e cujos valores, são:
Com os dados anteriores, as estimativas da média aritmética, variância, desvio padrão e coeficiente de variação dos diâmetros, são:
Também, a partir dos dados apresentados, elaborou-se a seguinte tabela de frequência e gráfico de distribuição dos diâmetros.
Tabela:
Gráfico: